domingo, 19 de dezembro de 2021

TESÃO TEM IDADE? TESÃO ACABA COM A IDADE? OS MAIS VELHOS NÃO TÊM DIREITO AO SEXO?


A não ser que haja doenças impeditivas, o desejo sexual não tem hora para terminar. Desde que a pessoa tenha uma vida saudável e se disponha a viver, o sexo pode ser praticado em qualquer idade. Há limitações? Sim, mas nada que a vontade, o tesão e o companheirismo entre os parceiros não possam resolver.


Nesse post, desvendamos um pouco a controversa e quase sempre desqualificada vida sexual de pessoas mais velhas, através das palavras da psicóloga Tereza Creuza Negreiros, numa matéria de conhecida e séria revista, conforme irão ler (além de poder consultar a fonte, citada no final). As fotos podem ser um pouco chocantes, para quem imagina que idosos não possam trepar, não possam foder, mas o objetivo é este mesmo: surpreender (ou não) os leitores.



O SEXO DAS IDOSAS E DOS IDOSOS


Por Léa Maria Aarão Reis


“Os homens, a partir da década de 90, quando apareceu o Viagra, retomaram sua potência. A sexualidade masculina sempre foi voltada para o poder. A potência sexual masculina foi readquirida com o Viagra,’’ comenta a psicóloga Teresa Creuza Negreiros, nesta entrevista que concedeu a Carta Maior, no Rio de Janeiro, fazendo observações acuradas sobre a vida sexual das idosas e dos idosos - ainda hoje um assunto tabu, pouco abordado, em especial no caso das mulheres.


O que a professora Negreiros constata, nos anos de prática clínica e teórica do seu trabalho - que se estende até hoje – é a mulher mais velha, na sua maioria, se sentindo “estimulada por um homem mais jovem, tendendo a sublimar o desejo por conta de cobranças sociais internalizadas.’’


Doutora em Psicologia Clínica e professora aposentada na PUC/RJ, psicóloga clinicando desde a década de 80 e autora de tese de doutorado Os conflitos e confrontos da meia idade da mulher, e organizadora do livro A Nova Velhice, Teresa Creuza Negreiros continua pesquisando, dando palestras e participando de seminários nacionais e internacionais sobre envelhecimento dessa atual geração de mulheres e homens nascidos no pós-guerra (os baby boomers) os quais, se por um lado revolucionaram modos e costumes quando jovens, por outro, agora, ao envelhecer, se mostram, em aspectos como o sexo, quase tão conservadores quanto seus pais. Seu depoimento:


Até aqui houve três ondas de atitudes relacionadas ao feminismo. A primeira, quando as mulheres começaram a contestar a dominação total do homem. Até então, elas não tinham direito a propriedades nem ao voto. Foi um movimento dirigido à conquista de direitos civis. A segunda onda do feminismo ocorreu na década de 60, com o advento da pílula e da queima de sutiãs. Nessa época, o que se discutia era o corpo feminino. A questão de a mulher ser dona de seu próprio corpo, o direito ao aborto e a questão de ter prazer com o sexo desvinculado da reprodução. A mulher passava a participar da produção - antes, a representação da mulher se encontrava na reprodução e a do homem na produção. E a terceira onda, de agora, quando se fala tanto de LGBTQ – movimento de lésbicas, gays, transgêneros e queer.


Pode ser até que o quadro mude, mas por enquanto ainda há muito ranço das visões antigas, até porque a ciência, tal como a psicanálise, foi disseminada de acordo com a cultura da época, com preceitos e preconceitos. Falava-se, por exemplo, com ênfase, no decréscimo do desejo com a chegada de mais idade, e na sua sublimação. Claro que há um decréscimo do desejo nos mais idosos por conta da questão hormonal. Mas a potência sexual masculina foi readquirida com o Viagra. Assim, a possibilidade de exercer influência sobre uma pessoa ou um grupo desde que o homem tivesse boas condições financeiras, sociais e/ou políticas foi mantida.


Quanto à mulher, nunca foi legitimada a existência de seu desejo. E, quando essa possibilidade foi conquistada, o desejo feminino permaneceu atrelado ao desejo masculino, isto é, continuou ligado a exercer fascínio para despertar atração ao homem. Por mais que a cosmetologia avançasse com a prática dos procedimentos de rejuvenescimento, das cirurgias plásticas, dos recursos ornamentais, digamos assim, as mulheres continuaram diminuídas e dependentes do olhar masculino; e o homem poderoso continuou revitalizado pela juventude das mulheres.


As mais velhas ainda tendem a ser um pouco – um pouco bastante – relegadas a um segundo plano. E se ela se sentia estimulada por algum homem mais jovem, reprimia este desejo por conta das cobranças sociais internalizadas: homem mais velho com mulher mais jovem está aprovado, desde que ele seja “poderoso”; mas o oposto não. Daí, a maioria das idosas continua sublimando o desejo, dirigindo suas atenções para outros campos - netos, as artes etc.


A história do jovem Emanuel Macron, atual presidente da França, e da sua mulher bem mais velha chama muito a atenção geral. Mas não chama tanta atenção, por exemplo, o atual presidente dos Estados Unidos com sua mulher muito mais jovem. Neste segundo caso percebe-se essa situação como “natural’’. Mas o caso da mulher mais velha é quase visto como um caso de “perversão’’. A grande diferença de idade passa a ser considerada como um caso de amor maternal equivocadamente dirigido, tipo um “Édipo invertido”...


Pelo lado feminino é quase como anormal, imoral, amoral ou, ao menos, surpreendente que a vida sexual seja mantida. Quando os casais estão juntos durante muitos anos, o tempo traz mudanças na atividade sexual. Ao se apaixonarem ainda jovens, a paixão não permanece idêntica, evidentemente. O afeto, a amizade, a admiração, no entanto, fortificam a relação. E a vida sexual pode permanecer durante toda a união. Atualmente, porém, os casamentos não duram muito tempo porque homens e mulheres não querem essa mudança. Eles e elas desejam emoções fortes, o êxtase da paixão e não a evolução da relação.




No casal, os dois vão mudando os seus objetivos, porém mantendo-se solidários. Não mais produzir filhos, adquirir bens, enfim, metas que já foram atingidas. E, como mencionei, transformando a paixão em intimidade, em apoio mútuo. Tem que haver uma mudança da sexualidade no casal para que ela seja preservada, porque o fogo da paixão não será mantido. Em geral, casais que se mantiveram unidos durante 50 anos, bodas de ouro, de diamantes, conseguiram essa proeza, que, de fato, não é fácil.




Há dificuldades colocadas pela cultura e pela própria natureza humana. Na verdade, se a paixão fosse tão duradoura, como de início, a pessoa morreria do coração, porque a aceleração cardíaca, a pupila dilatada durante 50 anos, ninguém aguentaria ... há que haver uma acomodação, no bom sentido, uma adaptação da sexualidade para um afeto maior. E é raro ocorrer isso, principalmente por parte dos homens, mais voltados para a continuação dessa paixão.


Antigamente, o homem ficava com uma “matriz” e com várias “filiais’’ - as teúdas e manteúdas. O homem de uma classe social mais alta mantinha o casamento porque para ele era útil do ponto de vista social e financeiro (divisão de bens etc.). Mas agora, com a independência feminina, isto não ocorre tanto quanto antes. Nas culturas onde é aceito o homem ter várias mulheres, isto ocorre desde que ele possa manter as várias esposas. Na nossa cultura se observa que os homens querem sentir as mesmas emoções juvenis, aos 40,50, 60 anos. E vão trocando de companheira, mas não segundo o sistema antigo de teúdas e manteúdas, cada vez mais raro, porque as mulheres não admitem mais esse tipo de arranjo, esse código.


Essa questão do homem potente – com a ajuda de remédios – e sendo poderoso, podendo até ter filhos depois de certa idade, provoca mudanças. Mas há outras mudanças também.


Entrando no mercado de trabalho, muitas mulheres não querem ter filhos quando jovens. Elas estão mais preocupadas com sua ascensão social e profissional. Desejam ter filhos aos 40, 50 anos com a possibilidade de inseminação e de outras práticas. E os homens jovens aceitam e acompanham essas novas situações até pelo bem financeiro do casal.


Com as crises financeiras, ninguém sabe quem vai continuar sustentando a família: o pai ou a mãe. É outra realidade que faz os homens jovens aceitarem e concordarem que suas companheiras devem consolidar uma situação financeira confortável antes da maternidade. E mais: com esta crise econômica/financeira atual, pessoas mais velhas, que tiveram ganhos durante toda a vida, passaram a ser muito importantes na família. Elas sustentam filhos e/ou netos. Sustentam muito mais do que são sustentadas, em todas as classes sociais. E nas médias e altas, são idosos quem frequentam os restaurantes, as agências de turismo, academias de ginástica, tudo que se refere a consumo - gastos ordinários e extraordinários. Idosos e idosas fazem o dinheiro circular.


Os homens mais velhos, mais do que nunca, se casam com frequência com as chamadas “enfermeiras’’. Mulheres bem jovens que não se incomodam de cuidar desses senhores a vida inteira, até com certo afeto por eles. Sabem que neles têm sustento e aposentadoria garantidos. Em geral, essas moças não têm uma qualificação profissional mais específica.


Esta situação da mulher cuidar do companheiro, na velhice, como a um “filho’’, é frequente sim. E as mulheres da geração dos anos 60 que envelheceram, sempre tiveram um cuidado maior com a sua própria saúde do que os homens – até pelas idas frequentes a ginecologistas, iniciada com a maternidade. E os homens, em geral, morrem com menos idade que a das companheiras. As cuidadoras esposas de idosos com Alzheimer, com Parkinson e doenças crônicas, são em número bem maior do que o contrário. Mas é uma situação que também está mudando. Cresce atualmente o número dos homens cuidadores de suas parceiras.


Um valor muito importante na vida dos casais que permaneceram juntos é o cultivo da intimidade, da ternura e da integração. Isto devia ser visto com uma delicadeza maior e com mais seriedade, pois transcende a sexualidade genital, uma sexualidade que chamaríamos de “expansiva’’. Porque a sexualidade não está localizada apenas nos genitais; ela se encontra no corpo inteiro, e no que chamamos de “alma’’, no psiquismo. Trata-se do prazer de estar juntos, o prazer do toque, da companhia. Aliás, as mulheres de todas as idades reclamam muito de falta de diálogo com os companheiros. Especialmente as mais velhas.


As idosas, sejam casadas, viúvas ou separadas fazem seus “piqueniques’’ noturnos utilizando serviços conhecidos como os das “vans’’ para frequentar teatros, cinemas, restaurantes, shows. É um lazer benéfico à saúde e não deixa de ter uma conotação sexual porque envolve sensualidade: estar presente no mundo das sensações, assistindo a uma boa peça de teatro, um bom filme. E o convívio sócio-afetivo é muito importante para a saúde física e mental.




Ressalto que as mulheres ainda ficam muito recolhidas no aspecto sexual, porque a vaidade impera e elas não querem passar por ridículas, não querem passar por “oferecidas’’. O homem, no seu entender, é quem precisa se encantar por ela. Mas o homem se encantar por uma mulher mais velha é mais raro. Em alguns casos, há admiração e atração intelectual de “alunos/nenês’’ por “mulheres/professoras” mais velhas. Por outro lado, os homens quase sempre desejam ensinar – eles têm a pretensão de orientar.



No processo da sexualidade entre idoso nas classes populares ninguém se intromete muito quando uma mulher mais velha quer ter uma relação com um homem mais jovem. São casos em que não pesa a questão de quem vai sustentar financeiramente quem, ao contrário do que ocorre nas classes médias e altas.



Entre os mais pobres pode se verificar uma solidariedade às vezes bem maior entre idosos e mais jovens, do que ocorre nas classes médias e altas. As famílias vivem mais próximas - sobrinhos, primos, tios. Nas classes mais altas raramente existe o personagem do vizinho que leva ao hospital. E os tios, primos, sobrinhos, quase não atuam mais. A família nuclear é cada vez menor: no máximo dois filhos, dispersos em suas ocupações profissionais e de lazer. Ou até um filho único que não cuida da mãe porque ele e sua esposa trabalham muito e, dizem, não têm tempo para tal. Ou outro/a que vive à custa da mãe ou do pai e gostaria de receber logo uma eventual herança. É uma triste realidade.


Num mundo onde prevalece o materialismo e o individualismo, a capacidade de olhar o outro se obscurece. Precisamos incentivar a convivência com os mais velhos desde a infância, com trocas espontâneas de afeto e consideração.




Fonte:



09/12/2017 

domingo, 5 de dezembro de 2021

VAMOS FALAR DE CIÚMES?



Já se disseram muitas bobagens românticas sobre o ciúme. Até mesmo que ele é o perfume do amor. Esqueça. Encare a vida moderna – a sua vida – como ela é: uma sociedade que é ou devia ser bem, mas muito bem mais tolerante com relação à diferença de gênero.


Uma sociedade que devia – e muito! – relativizar ou, melhor, deixar de meter o bedelho na vida sexual das pessoas. Todo mundo trepa, trepou ou trepará. E se não o fez ou não o fizer, é também um problema pessoal. Já entre um homem e uma mulher, para ficarmos no mais comum dos relacionamentos, o respeito deve estar acima de qualquer outro sentimento.


E esse RESPEITO – recíproco, claro – inclui de forma bastante enfática o fato de que o homem deve abandonar de vez preceitos, ideias e convicções machistas e aceitar o passado de sua companheira. Esse negócio de ciúme do passado é coisa que só leva a desgraças e a infelicidades. Por isso, meu amigo machão, o post de hoje é dedicado a você (mas as mulheres e, por que não, também gays, lésbicas etc., ou seja, todo mundo que se relaciona com alguém também deve ler e tirar suas conclusões): uma crônica de um jornalista antenado que gosta de dar pitacos na vida das pessoas – bons pitaco, pelo jeito:



SUA MULHER JÁ DEU PARA OUTRO(S) CARA(S) (E VOCÊ NÃO TEM NADA A VER COM ISSO)

POR LEONARDO FILOMENO


Se você não foi o primeiro relacionamento que sua garota teve na vida, preciso falar para você uma verdade: Sua mulher já deu para outro(s) cara(s) (e você não tem nada a ver com isso!).


Ciúmes é culpa sua, não dela. Eu sei, é difícil de assimilar esta informação assim, de supetão. Não adianta ficar bravo, bancar o justiceiro, querer tirar satisfação com ela, pedindo a lista com os nomes dos caras que a ‘desonraram’. Só vai fazer ela passar raiva e você, vergonha.



Você já é grande o suficiente para entender as coisas. Sim, provavelmente ela tenha mentido ou omitido de você estas e outras informações. Não queria deixá-lo magoado, não queria reduzir seu ego a pó.


Você já chegou a pensar que, assim como você teve direito a noites de farras homéricas, com bebedeiras, acordar com ilustres desconhecidas na cama, ela poderia ser uma dessas acompanhantes, só que ao lado de outro cara?


Puteiros e casas de suingue podem ser aventuras legais para ir com os bróders e amigas. Mas, quem disse que ela não poderia ser uma dessas amigas de alguém? Sexo oral, anal, posições mais inusitadas do Kama Sutra, transar na balada, na rua ou em lugares dos mais inóspitos. Tem certeza que só você havia pensado e botado tudo isso em prática?


É difícil saber que ela pode ter sido chamada de ‘cachorra’, ‘putinha’ e ‘vadia’ por alguém. Posso estar sendo duro demais neste momento, mas garanto que, no fim das contas, isto te fará um cara melhor.


Tudo isso que te falei é para você repensar aquele machismo escroto que impõe que ‘nossas mulheres’ foram, são e serão sempre santas. As outras é que são vagabundas. As pessoas são feitas de histórias e sua garota tem muitas que ficarão na memória (e outras que até ela gostaria de esquecer). Em comum com tudo isso, o fato de você não ter participado de nenhuma delas.


Agora, se você pensa que ela está com você porque te desejou desde o primeiro momento e você foi o cara que melhor transou com ela na vida, não esteja tão certo disso.


Muitas vezes você foi a terceira ou quarta opção, aquela que ela nem queria levar para a frente, mas por falta de coisa melhor, ‘foi tu mesmo’. Assim como você já fez. Mas ela te conheceu, se apaixonou e decidiu largar tudo para ficar com você.


E, convenhamos, basta ver o mundo lá fora, trocar ideia com pessoas, conferir alguns filmes que você vai saber que pode não ser tudo isso que pensa. Às vezes, o sexo entre vocês nem é tão bom assim, é burocrático e você tem consciência disso, só não quer assumir. Para a mulher, a performance sexual pode não ser o fundamental. Para uma relação saudável, também não é!


Não perca seu tempo (nem o dela), perguntando se o seu pau era melhor e maior. Provavelmente ela vá dissimular, inventar qualquer coisa para agraciar seu ego, mas com grandes chances de ser uma inverdade.


Da mesma forma que você já conheceu e transou com várias garotas, apaixonou-se por quem não te dava bola, foi disque pizza de outras, teve algumas que poderia ligar sempre que quisesse fazer sexo, sua mina, provavelmente, passou por tudo isso, só que do lado oposto e com outras pessoas.


O passado de alguém é algo que muitas vezes só interessa à pessoa. Questioná-lo, julgá-lo ou mesmo querer aprofundar-se no tema não vai fazer seu relacionamento melhorar, muito pelo contrário. Esse é o tipo de verdade e sinceridade que não vale levar para frente. Guarde seus relacionamentos anteriores consigo e não procure conhecer os da sua mulher.


Já conheci garotas que namoraram pela primeira vez e traíram, já vi conhecidos namorando com as mais fiéis e parceiras garotas de programa. Muito mais do que as convenções sociais, o importante é o respeito e o sentimento que você tem com ela e ela com você. Não pergunte, não questione, não compare. É irrelevante saber quantos caras sua mulher conheceu, não importa se eles foram maiores e melhores do que você.


Se ela está com você e te respeita, isto sim é o que basta. Pois, assim como você, para chegar até aqui, ela teve que errar e acertar muitas vezes. E, quem foi que disse que você pode ser o fim dessa trajetória? PS: Se for para dar um conselho pra você, digo: só faça valer a pena e não seja mais um cara escroto na vida dela!


Fonte:




domingo, 28 de novembro de 2021

NATURISMO E SEXO - 2: FATOS E REFLEXÕES


Encontros de homens e mulheres nus se divertindo à beira da piscina ou tomando sol numa praia paradisíaca não passam de justificativas para o sexo descompromissado, podem pensar os mais desavisados. Porém, os naturistas garantem que este conceito não poderia ser mais equivocado. A prática, segundo eles, vai muito além da nudez e não tem nada a ver com sexo. Vamos entender um pouco mais sobre a filosofia e sobre alguns fatos do gosto de muitas pessoas de viver e conviver completamente nus ou nuas.



"A filosofia naturista prega a nudez social sem agredir o outro, em contato com a natureza, respeitando ao próximo, a si mesmo e ao meio ambiente. Ela vai além da nudez e despe, também, dos preconceitos e amarras sociais. O praticante é julgado pelo seu caráter e não pela vestimenta que está usando. Sem o julgamento que é possível fazer pela roupa que o outro veste, somos todos iguais", declara Carina Moreschi, publicitária gaúcha de 32 anos e editora do site Brasil Naturista.


A psicóloga paulistana Rose Santana, 38 anos, confia tanto nos associados da SP Nat (Naturistas da Grande São Paulo) que não vê problemas em levar seus filhos aos encontros. "Não os levaria se fosse horrível. Meu filho parou de ir um pouco por causa da adolescência, mas minha filha de oito anos adora", conta.


Integrante do mesmo grupo, a contadora Paula Duarte Silveira, 39 anos, vê benefícios na filosofia naturista para a criação dos filhos: "As vantagens que tenho em ser naturista são, principalmente, em relação à criação de meus filhos, que aprendem constantemente com a vida comunitária e com as formas de preservação de meio ambiente", diz.


Viver em harmonia com a sociedade e a natureza é justamente a forma como os adeptos aplicam o naturismo em suas rotinas. A nudez fica restrita aos encontros e dentro de casa: "No dia a dia, o naturismo é aplicado em coisas simples como separar lixo reciclável, não comer ou beber muita porcaria, ter árvores em casa, não comprar em estabelecimentos que arrancam a árvore da calçada, não desperdiçar embalagens e papel e não comprar coisas desnecessárias", lista Daniel Atencio, professor de São Paulo de 54 anos.


Já o ato exclusivo de se despir traz outros benefícios, segundo os naturistas, como uma melhor aceitação do próprio corpo: "Ninguém liga pra barriga, celulite, estria. A beleza física não importa e, assim, aprendemos a gostar mais do nosso corpo. Ninguém está lá para se olhar, desejar", fala Rose.


Por esse motivo, acredita Carina, o perfil do praticante não é muito jovem. "A meu ver, os anos de vida dão mais aceitação ao corpo. Os jovens ainda fazem julgamentos e a ideia de corpo nu ainda está muito atrelada à questão sexual. É necessário um pouco de maturidade para praticar naturismo", afirma.



Para quem não sabe como a coisa toda funciona, fica fácil atrelar a nudez com desejo sexual ou perversão. “Até na mídia a nossa presença é distorcida e caricata, justamente pela vinculação indevida entre naturismo, nudez e sexo. E isso afasta muitas pessoas do naturismo”, lamenta José Antonio Tannús, presidente da Federação Brasileira de Naturismo. Para ele, nudez não é sinônimo de sexo.


Os praticantes do naturismo podem contar com um código de ética, que serve para definir o comportamento, gerar advertência, suspensão ou até exclusão do movimento. E esse código diz, por exemplo, que é falta grave ter comportamento sexualmente ostensivo ou praticar atos de caráter sexual ou obscenos em áreas públicas. O Código de Ética da FBrN foi escrito em 1996 e pode ser lido na íntegra no site da Federação Brasileira de Naturismo.



Hoje, no Brasil, todas as praias oficiais de prática do naturismo foram assim definidas por meio de decretos municipais, já que a Lei do Naturismo do Brasil ainda não foi aprovada e está em tramitação no Congresso Brasileiro. “A maioria destas praias tem uma ou mais associações que ‘administram’ a praia, orientando os naturistas”, explica José.


No Nordeste, nas praias de Tambaba, na Paraíba, e de Massarandupió, em Salvador, o naturismo pode ser praticado sem caracterizar atentado ao pudor. No Sudeste, as praias de Barra Seca, no Espírito Santo, Olho de Bio e Abricó, no Rio, assim como as praias do Sul de Galheta, Pinho e Pedras Altas, em Santa Catarina, também são redutos naturistas.


“Existem também outras praias, ao longo de nosso litoral, onde o naturismo é tolerado, ou seja, é praticado sem que esteja reservado para este fim. Mas nestes locais o praticante do naturismo poderá ter problemas com os frequentadores ou autoridades policiais”, lembra o presidente da Federação.


Segundo ele, não existe uma estatística oficial sobre o número de adeptos do naturismo no Brasil. “O potencial brasileiro é enorme, pois temos um dos maiores litorais do planeta, a maioria em clima tropical, propício a prática do naturismo o ano todo. A FBrN possui hoje 31 entidades filiadas, sendo 19 associações, três comunidades naturistas e seis pousadas e recantos.


Diferente do que se possa imaginar, as praias destinadas ao naturismo possuem regras. Além de não praticar sexo ou masturbação em público, os visitantes devem interagir com bom senso, como se estivessem com roupa; não podem fotografar ou filmar sem consentimento, nem olhar de forma insistente para outras pessoas, levando-as ao constrangimento. Respeito é a palavra de ordem, nos locais de nudismo, sejam públicos ou privados, para preservar as bases da filosofia naturista.


Por isso, repercutiu na mída, há algum tempo, a notícia de que um casal foi preso ao praticar sexo na praia de nudismo de Massarandupió, no Litoral Norte da Bahia. Segundo informações da Polícia Militar, eles estavam praticando sexo oral, não respeitando as regras do local destinado à prática do naturismo.


Concluindo: se você, amigo/a leitor/a desse blog, não pratica naturismo, mas tem vontade de ir a um campo de nudistas para ver gente pelada, não vá. Naturismo é libertar o corpo das amarras do preconceito: não importa se as pessoas são novas ou velhas, bonitas ou feias (seja lá o que você pense que isso seja), que tenham bunda grande ou achatada, que tenham estrias ou pernas perfeitas. Isso, absolutamente, não importa. Importa o que se ganha de autoconhecimento e de autoaceitação do próprio corpo, para desfrutar, entre quatro paredes, com seu/sua parceiro/a a melhor sexualidade possível.




Fontes:



segunda-feira, 22 de novembro de 2021

NATURISMO E SEXO - 1: TUDO MUITO CLARO E PRECISO



Naturismo: se a ausência de roupas não tem nada a ver com sexo, então por que publicar, num blog de sexo, temas relacionados a esse tema? Expliquemos: Lua Quebrada é, sim, um espaço dedicado ao sexo, ou, bem mais especificamente, à educação para o erotismo. Discutem-se todos os assuntos que ajudem as pessoas a se libertar de preconceitos ou de conceitos errados em relação ao sexo. Isso inclui, portanto, e talvez principalmente, respeito. E nada melhor do que o naturismo para nos dar boas lições de respeito ao ser humano, à vida e à natureza. Falar de gente nua e ver fotos de gente nua liberta nossos instintos e nos deixa mais próximos de uma vida sexual mais saudável.


NATURISMO NÃO É SEXO.

CONHEÇA UM POUCO MAIS DA CULTURA



Encontros de homens e mulheres nus se divertindo à beira da piscina ou tomando sol numa praia paradisíaca não passam de justificativas para o sexo descompromissado, podem pensar os mais desavisados. Porém, os naturistas garantem que este conceito não poderia ser mais equivocado. A prática, segundo eles, vai muito além da nudez e não tem nada a ver com sexo.


O naturismo é um conjunto de princípios éticos e comportamentais que preconizam um modo de vida baseado no retorno à natureza como a melhor maneira de viver e defendendo a vida ao ar livre, o consumo de alimentos naturais e a prática do nudismo, entre outras atitudes. A filosofia naturista prega a nudez social sem agredir o outro, em contato com a natureza, respeitando ao próximo, a si mesmo e ao meio ambiente. Ela vai além da nudez e despe, também, dos preconceitos e amarras sociais.


Esse hábito teve início na Idade Antiga, do século II até o final do IV, os romanos, banhavam-se comunalmente nus em banhos públicos. Na Grécia antiga era comum a prática de esportes ocorrer sem nenhuma peça de roupa. Algum do sentido de pudor que hoje vemos disseminado na sociedade moderna foi essencialmente legado que as religiões nos deixaram ao longo dos tempos.


Viver em harmonia com a sociedade e a natureza é justamente a forma como os adeptos aplicam o naturismo em suas rotinas. A nudez fica restrita aos encontros e dentro de casa. Já o ato exclusivo de se despir traz outros benefícios, segundo os naturistas, como uma melhor aceitação do próprio corpo.


A reclamação dos naturistas é que há poucos lugares disponíveis para a prática. No Brasil, há aproximadamente 30, de acordo com o Brasil Naturista. Mas esta reivindicação, somada ao fato de encararem a nudez com tanta naturalidade, não quer dizer que os praticantes queiram andar pelados em qualquer lugar.


A outra pessoa tem o direito de não querer te ver nua, então, seria em partes específicas do parque com placas avisando. Naturista que é naturista sabe se respeitar e respeitar os outros.


FEDERAÇÃO NATURISTA VETA PRAIA

POR SEXO ENTRE HOMENS


Embora tenha sido uma decisão polêmica, a praia João D’Aréns, em Portimão, Portugal foi vetada como Praia Naturista por parte da própria Federação Portuguesa de Naturismo indicando que "embora a praia em questão apresente uma beleza indiscutível tem frequência nada saudável em termos naturistas e é de há muitos anos conhecida como uma praia onde a prática de actividades que não se coadunam com o espírito naturista é comum e habitual”.


A publicação refere que a praia seria um local de sedução entre homens (algo que o Clube Naturista do Algarve desmente, o que ocasionou a polêmica), mas reflete bem a disposição de órgãos naturistas tentarem preservar a distinção clara entre a cultura naturista de distanciamento das questões sexuais e outras culturas mais hedonistas, ou voltadas para a prática de sexo livre em determinados territórios.


Rui Martins, presidente da Federação Portuguesa de Naturismo, justifica-se indicando que “aquilo é uma praia de utilização tudo menos familiar e, portanto, nós não gostamos muito de misturar o naturismo nem gostamos que o naturismo esteja misturado com outras práticas que não temos nada a ver com elas”. E completa: "uma praia que é utilizada para práticas sexuais para nós não é uma praia com espírito familiar, nem com espírito naturista”.




Fontes:


ANTES E DEPOIS: MULHERES NEGRAS

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