quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

O FETICHE DA NUDEZ NO ANTES E DEPOIS DE GENTE COMUM

 


O fetiche da nudez – diante de tanta gente que fica pelada na internet – é ver gente comum totalmente nua. Sem pose erótica. Foto, assim, como direi, mais ou menos natural. Porque, totalmente natural ninguém fica, quando pelado. Sentimos, quase sempre, o peso da chamada “civilização”, que nos obriga a andar vestidos. O clima, também, às vezes, claro.




Mas, não é só ver gente comum pelada. O fetiche está no “antes” (com roupa) e no “depois” (sem roupa). De preferência, na mesma pose.


Parece que quem começou essa brincadeira foi o Goya, com suas duas majas.




A brincadeira, entre os pintores, não pegou. Não consegui localizar nenhum outro que tenha feito o mesmo com suas modelos, pintando-as na mesma pose “antes” e “depois”. Mas, a internet está dando um jeito nisso.




Não consegui determinar a autoria correta das fotos abaixo: alguns sites as atribuem a Helmut Newton; outros, a Leonard Nimoy (o famoso "senhor Spock"). De qualquer modo, são exemplos interessantes do que é o "antes de depois":


Já a moça abaixo está completamente à vontade nas duas poses:




Não há dúvida de que se deve respeitar quem não está preocupado com os modelos impostos:



Requer-se, muitas vezes, um olhar desafiador:




Às vezes, a timidez desaparece no segundo momento:




Enfim, por serem pessoas “comuns” a se deixarem fotografar na mesma pose – vestidas e despidas – parecem satisfazer aquele velho desejo adolescente de possuir algum tipo de óculos que permitissem ver todas as pessoas que desejássemos completamente nuas. O engraçado é que, possivelmente, descobriríamos que não é a nudez que é erótica, como pensávamos. Mas, nossos olhos e, principalmente, nossa imaginação.


















sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

SEXO APENAS, SEM OUTRAS EMOÇÕES ENVOLVIDAS

  


O blog chama-se “Conversa Atrevida”. O adjetivo atraiu minha atenção e lá fui eu vasculhar suas páginas. Há textos interessantes. E um deles, em especial, trata de um assunto um tanto tabu, entre quase todas as pessoas: fazer sexo pelo sexo, sem outras emoções envolvidas. Sem nem saber quem é o outro ou a outra. Sexo tesão puro. Pois, é: pensa-se nisso. E o desejo – ou fantasia – não é masculino, não. Leia a crônica e sinta-se devidamente provocado/a, minha cara leitora, meu caro leitor (mantive a linguagem original):



CONFESSA QUE VOCÊ NUNCA FEZ SEXO




Mas olha lá hein... Tô falando de SEXO mesmo, nada dos tradicionais “foder”, “transar”, “fazer amor”, “dar uma rapidinha”...




Tenho pra mim que poucas pessoas já tiveram essa experiência; fazer sexo simplesmente (até porque SEXO costuma ser uma coisa muito complicada para a maioria das pessoas).



Estou falando de sexo sem beijos, sem sentir o cheiro do outro, sem ver se a cara do sujeito te dá vontade, sem reparar se a garota te provoca uma ereção... Só sexo, pelo sexo. Anal, vaginal, oral...


Nada de um jantar antes ou uns ‘amassos’ depois... Só você, o outro e o tesão. Ah, e um buraco no meio. Ok, eu sei que você sabe que o sexo é feito de BURACOS. Ou melhor... NOS buracos.


Mas não, eu não estou me referindo aos buracos corporais óbvios pra realização do sexo, estou falando em buraco mesmo... Na parede.


Quando eu tinha uns 14 anos costumava passar uns fins de semana no sítio de uma colega de escola. Íamos um grupo de quatro ou cinco garotas. Certa vez estávamos no banheiro fofocando quando, de repente, uma deu um grito. Numa das paredes um pequeno buraco e através dele entrava e saia um pênis (cena até comum em filmes como “American Pie”).


Foi um tal das meninas gritarem e dos garotos (amigos do irmão dela) do outro lado da parede rirem. Nenhuma das garotas foi lá tocar no pau... E os garotos ganharam foram uns “cascudos” por causa da brincadeira.


Na época eu só achei engraçado... Mas anos depois quando eu me lembrava da cena ficava excitada e toquei muita ‘siririca’ pensando naquele pau surgindo duro através daquele buraco; em como seria roçá-lo no meu grelinho, ser possuída por um pau sem rosto, sem corpo.


Faz pouco tempo que descobri que ISSO tem nome: Gloryhole ou “buraco glorioso”.


Na Bahia, por exemplo, já teve (provavelmente ainda tenha) até local apropriado pra prática. Pra ser BEM franca eu não sei se na real eu teria tesão ou coragem pra me deixar penetrar ou pra cair de boca num pênis cujo dono eu não estou vendo...Mas na teoria até que eu acho BEM excitante.


Olha que, de repente, abrir um buraco em um dos cômodos da casa pode até ser uma ‘brincadeirinha’ gostosa entre casais... Sempre acho que as pessoas (as mulheres principalmente) se preocupam MUITO em “fazer amor”.



Mesmo com o parceiro é saudável lembrar, vez ou outra, o quão bom pode ser fazer sexo como algo FÍSICO.


Sexo é ótimo pra relaxar, pra liberar endorfina, aumentar a frequência cardíaca...Sem contar que assim a gente não tem que se preocupar se a celulite na bunda está aparecendo, não precisa ficar de beijos quando só está a fim de gozar mesmo.



LEMBRANDO que se você for se aventurar no “Gloryhole”, (aliás como em toda relação, independente do buraco extra na parede), CAMISINHA sempre porque o pau vai continuar entrando nos buracos tradicionais! E se não conseguiu “imaginar” como acontece essa prática, AQUI você teve tem vários exemplos.


Só pra você matar a curiosidade.





Fonte:



terça-feira, 28 de dezembro de 2021

DE TODOS OS NOMES, QUAL O NOME?

 


Como você, mulher, chama “aquilo que você tem entre as pernas”? E você, amigo, como chama na intimidade “aquilo que sua mulher/esposa/amante/peguete etc. tem entre as pernas”?


Sim, vamos falar de nome. Ou seja, qual é o nome da “coisa” melhor que a mulher tem?


Se você ainda não leu o conto A PALAVRA, da escritora Leilah Assumpção, publicado aqui mesmo, corra lá e leia, por favor, antes de continuarmos esse papo. Assim, você saberá exatamente como são importantes os nomes. Ou não!



Bem, lembro uma canção americana, cantada pela banda Bloodhound Gang, chamada The Vagina Song (A canção da vagina), cuja primeira estrofe é assim:



Some of them are hairy
Some of them are bald
Some are kind scary
And this is what they're called

Vagina!
Vagi-hoo-a!
They call that thing
Vagina



Numa tradução livre:




Algumas são cabeludas

Algumas são lisinhas

Algumas são assustadoras

E assim é como são chamadas




Vagina!

Vagi-hoo-a!

Chamam-nas de

Vagina



(Se quiser ouvir a música, veja este vídeo do Youtube, que tem só a canção e a letra, sem imagens: https://www.youtube.com/watch?v=ebUT92clxzw



Pois, é: “vagina” é a palavra “oficial” para “ela”, em inglês. Embora possam ser até assustadoras!




Em português, qual o nome, digamos, oficial?


Os livros científicos quando falam em “vagina” querem dizer “o canal entre o útero e a vulva”, o que é, portanto, uma outra “coisa”, não exatamente aquilo que pensamos, deixando o termo “vulva” para “a parte exterior do aparelho genital da mulher”, ou seja, exatamente aquilo que pensamos, quando pensamos naquilo.




Mas, será que alguma mulher usa este termo – vulva – em conversas normais, como “vou depilar minha vulva” ou, para o amante, “você gostou da minha vulva”?




Acho, ou melhor, tenho certeza, que não!



Num episódio do famoso seriado televisivo SEX AND THE CITY, Sônia Braga vive uma artista brasileira lésbica que seduz a personagem de Kim Catrall (a insaciável Samantha Jones) e, numa cena, explica-lhe que há em português uma palavra “muito bonita” para designar “vagina”: boceta.


Em todas as línguas, eu creio, há inúmeras palavras para designar o “órgão genital feminino” (órgão genital feminino: típica expressão broxante!, de livro católico de educação sexual e assemelhados). Em português, não é diferente. Já computei centenas de nomes populares e regionais para a “boceta” (que muitos preferem grafar “buceta” – questão de gosto, sem trocadilho, ou de tornar o vocábulo mais escrachado).




Como “boceta” significa “caixa”, muitas outras palavras desse campo semântico, ou seja, que lembrem vasos, entradas, receptáculos etc. passaram a ter o significado de boceta, como nestes exemplos: arapuca-de-caçar-pinto, bainha, bainha-de-homem, baú, boca-de-baixo, boca-de-cabelo, boca-sem-dentes, buraco-de-minhoca, caixinha-de-segredos, caneco-de-couro, canoinha, chincha (= canoa, canoinha), engole-cobra, fenda, grota, greta, gruta, gretagarbo, gruta-do-amor, goelão, enxu (= vespeiro, colmeia), lascadinha, lascada, mealheiro (= cofre), moente (= moedor = moedouro, sendo moer = "copular"), ninho-de-piroca, ninho-de-rola, olha (ôlha = panela, já em Gregório de Matos), panela-rachada (empregada em carta familiar pelo patriarca José Bonifácio para sua filha recém-nascida), pichéu/pichel (= vasilha de vinho), porteira-do-mundo, racha, rachadura, rego, rego-de-mijar, samburá (= cesta), tabaqueira (donde "tirar o tabaco, da [tabaqueira]"= deflorar), tabaco, tigela-com-pêlos, vaso, vaso dianteiro, vão...






Certos elementos de nosso imaginário, como a cor, os pelos, a beleza, a rechonchudez e a até a hediondez, podem levar a conotações tanto de desejo quanto carinhosas e nobres ou até pejorativas e despeitadas para dar nomes curiosos e, às vezes, estranhos, à boceta (oficializemos a boceta!), como, por exemplo: aranha, arraia-preta, bacalhau (há aqui alusão olfativa, dominantemente), bacorinho, barata, baratinha, bichana, borboleta, cachorro, caranguejeira, caranguejo, concriz/concliz (currupião), cururu (o sapo), lacraia, marisco-da-barra, marmota, mosca, pássara, passarinha (no masculino é, em geral, o pênis), perereca, periquita/priquita, pomba, pombinha, rata, rola, rolinha, sapo, sururu, tatu, ursa...



São também comuns nomes associados a funções, a formas, a cheiros e outros elementos culturais, como nestas designações, dentre muitas: áfrica (alusão ao negrume do cabelo pixaim, dominante entre nós, malgrado as louras e as falsas louras), almofada, bigode, bombril ( por sua função como utensílio e por ser eficaz só quando bem esfregado), caiçara (no sentido de recesso ou mata espessa onde o caçador se embosca), cara-preta, cara-de-sapo, casco-de-veado e casco-de-veadinho (alusão à forma, quando protuberante), cuscuz (uma abundância de sentidos: duplo, doce, múltiplo para as chamadas partes, para os seios, para as ancas, para as nádegas), engenho-d’água, entre-pernas (puro locativo), fábrica-de-fazer-boneco e fábrica-de-fazer-menino (funcional), ferida (visual), fidel-castro (pelas barbas), fonte, gramado (pelas ervas/pelos), ilha-negra, ímã-do-mundo, isqueiro (porque se incendeia e incendeia), lambedeira (= lambedouro, lugar onde se lambe, cunilinga), nascedouro (onde se nasce), mata, mata-homem, mijador, carne-mijada, olho-d’água, países-baixos, pé-de-barriga, jóia, joinha (infantil), prendas, segredinho (infantil), tira-prova-de-homem, touceira, triângulo...




São também interessantes os nomes que não apresentam nenhuma relação aparente com objetos, flores, frutos, funções, cheiros etc., mas apenas apresentam uma relação onomatopaica (ou seja, soam de forma agradável ou imitam onomatopeias infantis, com sons repetidos, como “xixi”). Encontram-se neste caso: pichita, pixana, pixéu/pichéu, prexeta, prexexa, xerecas, xexeca, xiba, xibio, xinxa, xinim, xiranha, xiri, xiricas, xiruba, xixim, xota, xoxota, bixota, bixoxota, pachecha, pachuda, pachada, pachocho, pachucha. Como são vocábulos não dicionarizados, a grafia oscila entre o “x” e o “ch”.



Em particular, muitos amantes dão nomes aos respectivos órgãos sexuais, como parte do jogo amoroso, como forma de carinho ou como a assinalar a posse pelo nome (nomear é uma forma de possuir, pelo menos no sentido imagético). Assim, um sujeito chamado Francisco, pode ter um “joãosinho”ou um “zezinho”, para sua namorada. E ele referir-se à “laurinha” ou à “margarida” de sua Andreia, por exemplo.




Em francês, também abundam (epa!) nomes, mas chamo a atenção para, pelo menos, um: chatte (gata, em tradução literal). Porque, em português, não costumamos chamá-la de “gata” (que tem outro sentido, de mulher bonita, agradável etc), mas usamos um codinome bem parecido: xana ou xaninha (não sei por que a preferência pelo “x”), que são diminutivos de “bichana” por associação com “bichano”, nome popular para gato. Ou seja, as metáforas e associações parecem repetir-se, não importa a cultura. E somos sempre muito criativos, quando desejamos, através de nomes e designações especiais, contornar os aspectos morais que envolvem dizer com palavras precisas aquilo que se quer dizer (sobre isto, não deixe de ler o conto genial de Leilah Assunção).


Enfim, de todos os nomes – e são tantos, que citei apenas uma pequena parcela – qual o nome?




E por que é importante ter um nome?



ANTES E DEPOIS: MULHERES NEGRAS

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.